Saiba tudo sobre Câncer de Estômago (Câncer Gástrico)

O Tumor do Estômago (Câncer Gástrico / Câncer de Estômago) é o crescimento de células anormais nesse órgão do sistema digestivo e pode ocorrer em qualquer local de sua extensão. Se apresentam, predominantemente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos.

O pico de incidência se dá em sua maioria em homens, por volta dos 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos. No Brasil, esses tumores aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, entre as mulheres.

Estimativa de novos casos: 21.290, sendo 13.540 homens e 7.750 mulheres (2018 - INCA).

 

QUAL A FUNÇÃO DO ESTÔMAGO?

O estômago é um órgão em forma de “J” situado na parte superior abdômen. Faz parte do sistema digestivo e cuja função é processar os alimentos ingeridos, extraindo deles nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, gorduras, proteínas e água). Após deixar o estômago, os alimentos parcialmente digeridos passam para o intestino delgado e depois para o intestino grosso (cólon).

 

PREVENÇÃO

Por ser um órgão que recebe diretamente os alimentos, a dieta é um fator essencial para a prevenção do câncer de estômago, sendo fundamental seguir dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância. Além disso, é importante o combate ao tabagismo e a diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.

 

FATORES DE RISCO

Alimentação pobre em carnes e peixes e nas vitaminas A e C, ou ainda alto consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal são fatores de risco para esse tipo de câncer. Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato está relacionada à maior incidência de tumores gástricos.

Algumas doenças pré-existentes podem ter forte associação com esse tipo de tumor, como anemia perniciosa, lesões precancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal), e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori). Presente nos alimentos e na água potável, o H. pylori é considerada a segunda mais freqüente. Estima-se que ele habite o estômago de cerca de 70% da população no Brasil, porém somente indivíduos predispostos geneticamente. O tratamento por meio de antimicrobianos contra a bactéria é efetivo em 95% dos casos. O H. pylori também predomina nas regiões onde o nível socioeconômico é mais baixo. Ele causa gastrite crônica, que, sem tratamento evolui para gastrite atrófica e atrofia gástrica. Uma lesão precancerosa, no entanto, leva em torno de 20 anos para evoluir e se tornar um câncer.

Fumantes que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidas a operações no estômago têm maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer, assim como pessoas com familiares que foram diagnosticados com câncer de estômago, ou que possuem pólipos gástricos.

 

SINTOMAS

Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais como perda de peso, cansaço, fraqueza, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) ou mesmo tumor de estômago.

Sangramentos gástricos são incomuns em lesões malignas, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10 a 15% dos casos de câncer de estômago. Também podem surgir fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).

 

DIAGNÓSTICO

São utilizados dois exames preferencialmente: a endoscopia digestiva alta, o método mais eficiente, e o exame radiológico contrastado do estômago. A endoscopia permite uma avaliação completa da lesão, a realização de biópsias e a avaliação citológica. Nesse exame, um tubo flexível de fibra ótica com uma microcâmera é introduzida pela boca e conduzida até o estômago. O exame é realizado sob sedação e com anestesia da garganta.

Através da ultrassonografia endoscópica, é possível avaliar o comprometimento da parede gástrica e a propagação das células cancerosas para órgãos próximos e nódulos linfáticos.

 

TRATAMENTO

O tratamento cirúrgico, retirando parte ou todo o estômago, além dos gânglios linfáticos próximos, é a principal alternativa terapêutica e única chance de cura. Para determinar a melhor abordagem cirúrgica, deve-se considerar a localização, tamanho, padrão e extensão da disseminação e tipo histológico do tumor. A cirurgia pode ser realizada pelo método tradicional ou por videolaparoscopia. A radioterapia e a quimioterapia são considerados tratamentos secundários, que podem determinar melhor resposta da cirurgia.

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